quinta-feira, janeiro 22, 2009

Praça


aos 05/01/2009
praça
violão
cerveja

eita que achou graça
e nasceu paixão
de certeza!

Era


ao longe e ao perto que
para tudo está desperto
liras&lilas

ele apressa, ela desconversa
ela tem pressa desconexa
que ela enlouqueça
e perca a cabeça
há compressa para a pressa
mas ela detesta
com o quê ele a testa
e ela se desembesta
mas também se apressa
e o tempo nunca cessa
quanto mais há pressa
mais o tempo está nessa
de que nunca será nesta
a sua festa

O amor é azulzinho




a C.M.D.

mentes a viajar
entre braços como nunca
e em passos na sua nuca
bocas a se beijar
meus dedos vão te acariciar
e contra os seios te apertar
minha boca a te afagar
minhas coxas te fisgar
minhas unhas te arranhar
entre amassos e bocas
até que as mentes fiquem ocas
e entre laços quentes
palavras poucas em vozes roucas
entre braços como nunca
e em passos na sua nuca
bocas a se beijar
meus olhos a se cerrar
teu peito acalmar
mentes a viajar

domingo, janeiro 11, 2009

Através do Espelho

Quem é você?





Olho-te nos olhos todos os dias
E não te reconheço
Ouço-te diariamente e enlouqueço
Questiono-te diariamente,
A procura de uma explicação, e
De ti nenhuma vil resposta ao menos
Olho-te nos olhos todos os dias
E não te reconheço
Atos insanos te vejo cometer diariamente
Pensamentos medíocres ouço de ti noturnamente
De ti nenhuma vil explicação ao menos
Olho-te nos olhos diariamente
Olho-te e não te reconheço
Olho-te e não me reconheço
Olho-me e não te reconheço
Não me reconheço nas janelas
Não te reconheço nas janelas
Não reconheço meus sentimentos
Não reconheço teus sentimentos
Não reconheço meu sorriso
Não reconheço teu sorriso
Não reconheço minhas lágrimas
Não reconheço tuas lágrimas





quarta-feira, janeiro 07, 2009

Cidade...Cidadela... Os pássaros que lá gorjeiam não gorjeiam como cá


Pássaros ou uma Mulher?

Uma Cidadela onde ser Cinderela é Show
Uma Cidade onde ser Primogênita é trabalhoso.


O mar tem em várias outras cidades. Mas, eu escolhi o grandioso e pequeno mar da Tapera – Floripa-SC. Um mar fechado com sua orla enfeitada pelos barracões de pescadores e pelos feitiços dos bruxos da vila. Esse mar se esconde dos turistas, ou será que os turistas dele se escondem? É melhor deixar assim. Não sei se eu escolhi o mar da Tapera ou se ele me escolheu, mas o fato é que em São Paulo não fico e pronto e acabou! São Paulo não me quer, eu não a quero; a Tapera é muito mais divertida. As aves que cá gorjeiam não gorjeiam como lá; eh, estou em São Paulo vendo o seu céu cinza, sentindo o seu vento poluído e pesado, ouvindo as estressadas buzinas dos carros e o rancoroso motor dos ônibus, caminhões e trens. Não que na Tapera não tenhamos ônibus e caminhões, isso temos sim, mas ao invés de trem, temos barcos e cavalos.
Temos uma praça de tamanho significativo por perto. Na Tapera essa praça seria o maior sucesso! Árvores e balanços para realizar de dia os sonhos de crianças, e, de noite, feitiços. Mas aqui... Sua única serventia é abrigar os desabrigados dos bares e oferecer-lhes um banco gelado de frente ao cruzeiro para que possam se refestelar até o amanhecer ao som de suas roucas vozes, quando muito, acompanhadas do som do violão e da sirene da polícia. Mas há algo bom: roucas vozes pressupõe companhia; refestelar-se pressupõe em alto-estilo. Não há mal que não me traga nenhum bem.
É janeiro, verão, segundo a tradição. Mas vivemos dias tão cinzas e gelados, sem humor ou graça, sem desejos despertos e tampouco realizados... Parece inverno, e dos pesados, com direito aos casacos de lã pesada. Verão hipocondríaco. É o verão mais hipocondríaco que vivo em São Paulo. Se eu estivesse na minha Tapera... Mas aqui já tomei de banhos de descarrego a calmantes, incluindo os pós-copos, doses duplas. Lá, o que eu tomo? Vá se lá hoje um banho de descarrego, daqui uma semana outro... E assim vai. Lá nem tenho problemas pós-copos, não que lá não tenha copos, mas não tem mesmo são problemas... Calmantes? Só em caso extremo de vida ou morte. Lembro-me de ter tomado apenas um, numa noite que não pude ir pra casa... Aqui, em poucos dias, já quase me internei numa clínica para nervosos. É , não dá!
Talvez eu fique assim nervosa por ficar entediada. Ficar entediada em São Paulo, a Sampa? É... São Paulo não me quer mesmo.
Teve um dia que foi exclusivamente maravilhoso. Foi o dia em que passei com minha família no Parque do Ibirapuera. Eu e minha irmã alugamos bicicletas (R$5 por hora, um assalto!) e andamos por todo o parque sob o cinza céu, mas até que os seus verdes se destacavam bem nesse clima. O parque não estava cheio. Tinha pessoas suficientes para assegurar algumas colisões, afinal é São Paulo e ninguém respeita as regras de trânsito mesmo, nem mesmo as mais banais que viabilizam o bom e seguro tráfego de bicicletas pelas ciclovia do parque. O pior e incrível, isso é fdd para mim, eu andava sempre à frente da minha irmã caçula, depois que eu passava, ela passava e lá começava a sessão taradice. Mas também, ela com seus belos 15 anos andando de bicicleta vestida em pedaço de pano... Quero o quê? Ela já não é mais a minha irmãzinha, é apenas a minha irmã.
Não sei se isso piora a situação ou não, mas aquela que foi minha irmãzinha e que hoje é apenas a minha irmã tem um namorado quatro anos mais velho do que ela. Ele é uma graça de menino, tem uma mãe que é também a graciosidade em pessoa, mas só de pensar a minha menininha nos braços daquele cabra... Tenho vontade de sumir! Entendo então a situação que minha mãe, meu pai, meus tios passaram quando era eu que me enrolava nos braços dos cabras aos 15 anos... Hoje, mesmo cheia de ciúmes, apóio a relação deles, formam um casal bonito e o cabra poderá ser um cunhado bacana para almoçar aos domingos e, depois, fazer sessão jogos de tabuleiro, o que eu e minha irmaz... irmã adoramos.
Voltando à proposta... Afinal, é preciso desabafar. Registrar aqui, onde qualquer terráqueo que, ao menos, leia o português brasileiro possa ler e ver. É uma forma, talvez de recolher testemunhas para o dia em que São Pedro me indagar sobre minhas psicoses.
As chaves daqui trancam tudo, as grades nas janelas interrompem minha tentativa de visão para uma quase paisagem admirável. Ela é longínqua... Quase inatingível. Talvez, só exista na nossa imaginação, na imaginação de quem daqui, louco e bemol, tenta se suavizar. Fugir? Impossível. Aqui no Brasil não tem o ônibus que resgata bruxos em apuros. Esperar e esperar... Logo-logo fujo de 1001 ou de Gol; mas como o prefeito que tudo quebrou quando a eleição perdeu não me pagou... Talvez eu vá de caronas mesmo... Um dia devo retornar à casa Sagrada e também à Casa Santificada.

terça-feira, janeiro 06, 2009

PILEQUE


pique

Para um pileque

Para bancar o moleque

E dar no

Sem nem a conta pagar

Pois tonta do pileque

É querer se defenestrar

E nesse mesmo pique

Achei de onça virar

E nas estradas deambular

Subscrevendo


Sabotadas Notas Desabotoadas

Somos os mesmos até depois do depois. O que somos não se apaga, não paga, apenas em nosso ser vaga. O que somos não desaparece, apenas se resguarda, para poder aparecer na melhor das oportunidades, na melhor das idades e das maldades.


1000 anos passarão e seremos sempre os extremos que nos dividem. O médico e o louco, o chefe e o empregado, a mãe e o pai, o padre e o fiel, o cidadão de lei e o corrupto, o avesso e o direito.


Pelo avesso somos isso mesmo. O que há de mais louco e doentio em nossos tempos; somos condenados aos extrapolamentos.


Pelo direito somos aquilo também. O hipócrita hipocondríaco crédulo e temente, trabalhador e pagador de impostos e contas.