segunda-feira, dezembro 15, 2008

Conhecimento x Aprendizagem

Sarasvati, a deusa do Conhecimento

Aprendizagem é diferente de Conhecimento. Penso que Aprendizagem está muito mais na prática do viver em que, por cópia ou imposição, o aprendiz promove atos mecanizados. Conhecimento, isso é outra coisa! Está ligado intimamente à reflexão, à indagação, à inspiração, ao estudo, ao teste, ao debate, etc. Importante ressaltar: de nada vale a Aprendizagem sem o Conhecimento, assim como de nada vale o Conhecimento sem a Aprendizagem. Usando a pragmática, basta lembrar do filme Irmãos Gêmeos, em que a personagem Julius (Arnold Schwarzenegger) detinha conhecimentos vários e nehuma prática, ou seja, não havia passado pelo processo de aprendizagem; enquanto que Vincent (Danny Devito) apenas tinha a aprendizagem e nenhum conhecimento.

O TEMPO é individual!

É. Realmente o Tempo é o Senhor da Razão e da Emoção.
Com o Tempo tomamos razão não só dos valores daquilo que aprendemos, mesmo que com dores, mas também aprendemos o nosso próprio valor, bem como o valor daquilo que adquirimos sob Sua regência: Conhecimento. Feliz, ou infelizmente para alguns, existe a TEMPERANÇA, Senhora essa que nos pede cautela para lidar com o conhecimento e com o Senhor Tempo. Nós temos o conhecimento porque vivemos sob a regência de um específico Senhor Tempo (cada ser está sob a regência de um único e específico Senhor Tempo!) que assim nos permitiu, mas isso não implica na permissão, motivados pela incompreensão, de impor aos outros o mesmo desenvolvimento de Conhecimento que nós temos. A Temperança nos pede Calma, Serenidade e Humildade para lidarmos com o nosso Conhecimento e o nosso Senhor Tempo, a fim de que não nos tornemos apoquentadores dos outros e, assim, torná-los incapazes de se encontrar com o próprio Senhor Tempo, ou pior, torná-los negligenciadores de si mesmo e de seus Senhores.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

2 imagens, 2 frases


Tam miser est quisque quam credit.
Cada um é tão infeliz quanto crê sê-lo.
Sêneca, 78,13




Faber ipse suae quisque fortunae.
Cada um é o artesão de seu próprio sucesso.
Salústio, citando Ápio Cláudio (307 A.C)

Fé demais é de mais ou de menos.

Se tiveres fé, lê até o final, não sucumba à primeira impressão.


Fé demais não cheira bem. Realmente, às vezes, apegamo-nos a certas previsões, magias, isso ou aquilo outro de forma exacerbada que acabamos por nos cegar e, assim, não vemos as melhores oportunidades de aprender, de crescer, de ser feliz que a nós é mostrado. É, hoje, estou direta e reta, sem poesia ou lamentação.
Alguns dos resultados disso é a perda da fé, a loucura, ou a miséria total. Dizer que não trabalho porque Deus não quer, porque Deus tem outra missão preparada para mim, é algo muito delicado, pois além de brincar com a própria fé, brinca-se com a fé alheia. Cadê então a missão preparada por Deus? Será depender dos outros para tomar um ônibus que seja? Será ouvir as cobranças alheias? Meu Deus! Socorro!
Sei fazer com perfeição muitas coisas dentro da minha área. Por que então não faz? Porque não me dão valor! Mas aí ficar entre a falta de valorização alheia, daquele que lhe paga o sustento, e a falta de valorização da família ou, pior, da sociedade é algo discutível. Talvez, pior mesmo que tudo isso, seja a falta de valorização própria. Tudo em nome da vaidade, ou do medo. Humanos todos somos. Sujeitos a erros, todos estamos. Mas até quanto e quando nós podemos errar? Quanto de crédito temos com o nosso possível Criador? Dúvidas todos têm o direito de ter, até mesmo com o seu Criador se até tu ousas com Ele brincar!
Será que quando Deus fala que o filho não deve trabalhar e aguardar que sua missão preparada aconteça, ele não quer testá-lo para ver até onde se pode ir? Será que não quer nos ver lutando contra Ele mesmo, Suas vontades coisa e tal? Não trabalhar para alguém saudável e talentoso é algo, aos olhos de todos, cômodo, simples e totalmente cômodo; ainda mais se há quem lhe pague as contas! Isso é para aquele que sucumbiu às tentações da alma, da carne, do diabo e dos vizinhos invejosos.
A fé demais nos cega às melhores oportunidades! Principalmente de raciocinar, reunir forças e lutar. Condiciona-nos è dependência e à negligência alheias; rouba-nos a capacidade de ação. Isso Não! Ter fé é bom e saudável desde que com Temperança.
Ter fé para lutar; ter fé para buscar; ter fé para parar algo ruim e fazer acontecer algo bom para si e para o outro sem qualquer interesse. Isso SIM! Fé para transformar o mal no bem, a tristeza na alegria, a fraqueza na força, a vaidade na humildade, a doença na saúde, a solidão na companhia, a burrice na sabedoria.
Que assim seja!


Fides quaerit intellectum.

“A fé vai em procura do intelecto.”
S.Anselmo, Escolástica.


Por isso creio sim em todas as Forças da Natureza, procuro e procurarei sempre administrá-las com juízo, com reflexão e equilíbrio. Lutarei sim hoje e sempre para fazer o melhor que posso esperando sempre, em primeiro lugar, o reconhecimento de mim mesma. Dos outros? Se vier é lucro. De mim isso sim é o esperado, pois é aí que encontrarei sempre a felicidade que é a força motriz de tudo, o objetivo, as causa e conseqüência verdadeiras.


Unum bonum est quod beatae vitae causa et firmamentum est, sibi fídere.
“Só há um bem que é a causa e o fundamento de vida feliz: a confiança em si mesmo.
Sêneca, Epístulae, 31,3

Por isso faz sentido quando lemos O Reino de Deus está dentro de nós! Se não pudermos confiar em nós mesmos, de que valerá a confiança em Deus? Como Deus confiará em alguém que nem se quer confia em si mesmo? Não é agressão, nem desabafo, tampouco, desacato, mas sim uma reflexão fruto das mil vidas que vivi e assisti em 2009. Tudo é possível sim àquele que crê, porém só crer e nada fazer, fica difícil! Dentro de ti, habita Deus, nas tuas mãos está a Sua força. Levanta-te a anda antes que passe a banda e sua boa música deixe de tocar aos teus ouvidos e te chegues o temido som da trombeta final.