quinta-feira, agosto 31, 2006

Criações da Madrugada

Amor que Brota
Volta (?/!)
Ando pensando e volitando
tô quase voltando
ou será vomitando?

domingo, agosto 20, 2006

Atestar versus Testar

Provar: Atestar não! Somente testar!
Estou enfadada da burocracia de ter sempre de provar alguma coisa para alguém! Seja provar que aprendi o conteúdo do semestre do curso da faculdade, seja provar que sou uma boa menina aos pais, seja provar fidelidade ao namorado, seja provar que efetuei o pagamento do aluguel... Isso tudo me enfada!
Estou, há sete meses, sendo obrigada a produzir incessantemente inúmeros trabalhos acadêmicos. Para piorar; há quatro meses, deixei obrigarem-me a produzir por dinheiro, agora devo provar que produzi se não deverei reembolsar o patrocinador: devo terminar a produção da pesquisa paramétrica; que, aliás, é chatérrima, pois não há variáveis sociais, só formais; mesmo tendo a verba cortada devido à baixa nota da minha orientadora.
Há algum tempo, terminei uma longa relação amorosa por estar cansada de ter de provar fidelidade. Arrumei outro parceiro (sei bem o que ele era pra mim, porém, não sabia o que eu era para ele; a cada dia eu lhe era algo diferente) e eu me vi tendo de provar a ele que eu era mais do que sou... Bah, a relação acabou! Sou o que sou: (in) disciplinada, maníaca por limpeza, neurótica com bichos, fissurada em seriados de sábado, adoro filosofar sobre os acontecidos do dia-a-dia, adoro o meu espaço e as minhas coisas todas como são. Prefiro ser assim: amando o que sou e o que tenho, deixando-me estar sempre aberta às novidades, estando sempre à espera do amor perfeito, do companheiro ideal, indo sempre em busca de aventuras nas noites de calor, fazendo amizades a cada dobra de rua, sonhando em viajar pelos museus do mundo, em me tornar a toda poderosa e poder dar ao mundo o mínimo de conforto.
Para que esse enfado terrível acabasse, nesse mundo só o que deveria ser provado seria o gosto da paixão, o prazer da amizade, a comida estrangeira, os vinhos e queijos, os conhaques, as frutas, os amores, as viagens, os filmes, as exposições... Provar a sensação que cada coisa maravilhosa do mundo pode causar no âmago de cada um. Isso: Provemos só o que há de bom. Abaixo o provar no sentido de atestar! Grito o provar no sentido de experimentar, de sentir, de testar!

sábado, agosto 19, 2006

Brevidades


tente ser
ser que sente
no quente da alma
pedirá calma
e não será mais
gente que mente
não ser a eleita
tampouco a perfeita
é já ser mulher feita
o amor que na minha mente girou
foi a tua mente que criou
o tempo agora inventou
que tudo acabou

domingo, agosto 13, 2006

Uma breve homenagem


Para Luiz Alberto:

O que é ser um herói?
Ser herói é ser aquele que,
antes de tudo,
constrói uma heroína.
Se foi por sina, ou por acaso
não se sabe.
Só conheço o que hoje me há de caso:
Uma ânsia de viver honestamente.
Leve o tempo que levar,
Se incessantemente trabalhar,
a vida por cima se dará!
Se não fosse pelo herói,
Nada de heroína haveria
Apenas se teria uma grande basbacaria.

sexta-feira, agosto 11, 2006

Derrocada Desolada


Partida fez um amor e,
Desolada, cá fiquei eu,
na ausência de calor,
no maior breu.
Noite dessas,
Alucinada, acordei de repente
e lá se foi a derrocada:
nem mais estava assustada.
Sentida talvez?
Nem sei eu.

Vício


É assim, agora é isso:
toda madrugada
uma ânsia, um vício,
o escrever desesperadamente
desbemolizando a mente
para ver se menos ansiada fico

quarta-feira, agosto 09, 2006

Devaneios Dengosos


São tantas as coisas que me aconteceram nos últimos meses que fiquei com a mente toda bemolizada, ou seja, nada mais parecia (ou parece, ainda) ter sentido. Dessa forma, tornou-se impossível viver como qualquer pessoa: dormir, acordar, comer, trabalhar, divertir-se e etc...
De madrugada em madrugada, descobri algo que começou a me ajudar a desbemolizar a minha mente: escrever. A materialização dos meus sentimentos em palavras e a divulgação (tenho necessidade de expô-los!) dos mesmos a esse mundo surreal faz com que meu peito se alivie e a mente volte a trabalhar.
Acredito fielmente que o ato de materialização dos sentimentos pode ajudar qualquer um a exorcizar seus fantasmas, sejam eles oriundos da alma, da mente ou do coração; fantasmas de outra natureza devem ser exorcizados em um centro espírita!!
Assim, vou mostrar ao velho e bom mundo surreal as minhas materializações!!!!
PS: Isto é apenas para começar! Vejamos se, quando eu tiver tempo, faço disso uma COISA melhor.
MINHAS CRIAÇÕES MAL(-)CRIADAS
O mundo gira
O tempo passa
Dias felizes vão e vem
Dias ruins também

Encontros acontecem
Desencontros nos acometem

Tristezas que nos viciam no velho vício
Do escrever feito um estrupício




Chove uma

Me
Lan

Li
Ca

Chuva

no meu peito

Chove você em
m
i
m
.
.
.

A ânsia da paciência goza em café e livros
Inté que você volte naquele velho
Trotar de saudar o meu amar
Pensar Parecer Picador
Picada e Partida como no Picadeiro
Parto e Reparto todas as Partes
Parte a Parte de um Ponto a outro Ponto

Parto de um Pouco Pr’outro Pouco
Pouco-Picado Partido
Parte o Partidor
Partida fica cá uma Parte Picada.
A rosa flor

A rosa foi
Fazer-se em
Ir
Ter
brancas e puras
pétalas
Triste... a rosa flor

Fez-se
e
foi-se
Arre
pender-se
e
morrer-se



Querendo ser querido
Não apenas
Nos instantes do vivido
Mas
No todo do a ser havido


Sou exagerada
Talvez por não ser amada
E ser sempre apaixonada

Sempre apressada
Por isso desgraçada
Sempre a mesma palhaçada!
Sofro porque tenho ânsia
Porque vivo na inconstância
Tenho ânsia da paciência
Duma vivência que nunca
Se faz instância
Tança na Dança

Equilibrando a alma na corda bamba do seu samba,
Fiz tanta lambança que precisei de calma.
Lidando de cor, quase vacilei.
Mas com andança buscando mudança,
Essa lembrança apaguei.
Mal de Amor

A alma pede clamor
Para que falte a maldade
De lhe ter saudade

Se sentir saudade,
O coração vingança pedirá,
Eis que se dará a lambança da maldade!

Claudicando fortemente

Sua alma com toda calma
Dança querendo mudança
Embriagando-se nos cálices de falsas esperanças.

Cafajeste Iludido

Quis nova aventura em meio à vasta sequidão
Não mediu passos e mentiu chamas
Tudo pelo senão da solidão.

Seus torpes sentimentos latejaram-me a razão
Trotearam-me a alma,
Acabando com a minha calma.

Para que tanta ternura cá se era só para tentar a ventura lá?

Não sabe você que se de lá chama,
Apenas é para lhe fazer meras manhas
Sem lhe querer em manhãs nenhumas?

Construa com quimera seu frágil castelo
Que com sua mera bela
Em seu ínfimo cerebelo desmoronará!
Pois tudo já se era:

Depois de tanta torpeza,
Sua alma desnudou-se,
A minha de volta mudou-se
E a dela nem se mexeu.

Do castelo de quimera
Restou-se senão a sua chorumela
Com tristeza e solidão.

Vá-se seu bundão!